Inês Botelho (n. 1977, Portugal) possui um mestrado em Belas-Artes do Hunter College, The City University of New York, EUA (2005) e uma licenciatura em Pintura da Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa (2001). Concluiu um Curso Avançado de Belas-Artes e um Projeto Individual de Desenho no Ar.Co, Portugal (2002) e um Curso de Desenho na Sociedade Nacional de Belas-Artes, Portugal (1996). Botelho inspira-se nos ciclos da natureza: trajetórias solares, marés e leis da atração. Na sua obra, a artista utiliza a geometria para formar e desenhar a mudança de paradigmas, criando espaço onde o efeito pode ocorrer antes da causa, onde o movimento se pode tornar matéria, onde as estruturas funcionais se podem inverter.
Em Continued Stopped Revolution, um tronco de árvore gira sobre o seu eixo. Atingido por um machado, é agora estático a partir deste ponto. A obra une vários pressupostos científicos do “”tempo””: a presença gravitacional natural do tronco e da tinta na sua superfície, os pontos concêntricos omnipresentes feitos por cada rotação em órbita, a dupla presença do reflexo do espelho e a solidificação do movimento que se fossiliza. Deste modo, a obra torna-se uma alegoria de um objeto histórico ancestral. Para criar a obra, Botelho esculpiu e pintou parte do tronco com um torno, deixando o resto à mercê da gravidade.
Botelho está atualmente a expor em Tout ce que je veux. Artistes Portugaises de 1900 à 2020, Centre de Création Contemporaine Olivier Debré, Tours (2022) e Tisanas – infusões para tempos próximos, Fundação Eugénio de Almeida, Évora (2022). Está a preparar uma exposição individual que terá lugar em breve na Galeria Zé dos Bois, Lisboa.
Inês Botelho (b. 1977, Portugal) holds an MFA from Hunter College, The City University of New York, USA (2005) and a Licentiate in Painting from Faculdade de Belas Artes da Universidade de Lisboa, Portugal (2001). She completed a Fine Arts Advanced Course and Drawing Individual Project at Ar.Co, Portugal (2002) and a Drawing Course at Sociedade Nacional de Belas Artes, Portugal (1996). Botelho is inspired by nature’s cycles: solar trajectories, water tides, laws of attraction. In her work, she applies geometry to sculpt and draw shifting paradigms; she creates space where effect can happen before the cause, where movement can become matter, where functional structures may invert.
In Continued Stopped Revolution, a tree trunk rotates on its axis. Hit with an axe, it is now static from this point. The work unites several scientific assumptions of ‘time’: the natural gravitational presence of the trunk and of the paint on its surface, the omnipresent concentric points made by each orbiting revolution, the dual presence of the mirror’s reflection, the solidification of the movement becoming fossilised. Thereby, the work becomes an allegory of an ancestral historical object. To create the work, Botelho sculpted and painted part of the trunk with a lathe, leaving the rest to gravity.
Botelho is currently exhibiting in Tout ce que je veux. Artistes Portugaises de 1900 à 2020, Centre de Création Contemporaine Olivier Debré, Tours (2022) and Tisanas – infusões para tempos próximos, Fundação Eugénio de Almeida, Évora (2022). She is preparing a solo exhibition that will soon take place at Galeria Zé dos Bois, Lisboa.
José Loureiro (n. 1961, Portugal) reconhece duas obras literárias como inspirações chave no seu desenvolvimento artístico: nomeadamente, o poema intitulado Deslumbramentos de O Livro de Cesário Verde de Cesário Verde e o capítulo de Guerra e Paz, de Lev Tolstoi, no qual é descrita a batalha de Borodino. Loureiro observa que atualmente a sua vida gira em torno de quatro palavras: Priolo, filamento, borda e sinapse morta.
Criatura é uma obra de retrato, mas não retrata uma pessoa com uma identidade específica. No entanto, é de facto um retrato no contexto da rigorosa tradição que o retrato tem assumido no cânone da arte ocidental. Característico do seu corpo de trabalho, Loureiro adota um estilo geométrico ao mesmo tempo que utiliza matizes complementares e escovadelas distintas para criar a Criatura.
Loureiro expôs extensivamente em Portugal, mais recentemente em Pintura: Campo de Observação parte II, Cristina Guerra Arte Contemporânea, Lisboa (2021); José Loureiro – O idílio habitual, Cristina Guerra Arte Contemporânea, Lisboa (2020); Manga Cava, Galeria Fernando Santos, Porto (2020); e Máquina nova de alcatroar, Galeria Fonseca Macedo, São Miguel, (2019). Foi distinguido com o Prémio AICA (Associação Internacional de Críticos de Arte) de 2018 pela exposição A vocação dos ácaros, Fundação Carmona e Costa, Portugal (2018). A sua obra é divulgada em coleções por toda a Europa, incluindo em França, Alemanha, Luxemburgo, Portugal, e Reino Unido.
José Loureiro (b. 1961, Portugal) credits two literary works as key inspirations in his artistic development: namely, the poem entitled ‘Deslumbramentos’ (Fascinations) from ‘O Livro de Cesário Verde’ by Cesário Verde and the chapter from ‘War and Peace’, by Leo Tolstoy, in which the battle of Borodino is narrated. Loureiro notes that his life currently revolves around four words: Priolo, filament, rim, and still-synapse.
Criatura is a work of portraiture, however it does not portray a person with a specific identity. Nevertheless, it is indeed a portrait in the context of the strict tradition that portraiture has taken on in the canon of Western art. Characteristic of his body of work, Loureiro adopts a geometric style while using complementary hues and distinct brushwork to create Criatura.
Loureiro has exhibited extensively in his native Portugal, most recently in Pintura: Campo de Observação parte II, Cristina Guerra Contemporary Art, Lisbon (2021); José Loureiro – O idílio habitual, Cristina Guerra Contemporary Art, Lisbon (2020); Manga Cava, Galeria Fernando Santos, Porto (2020); and Máquina nova de alcatroar, Galeria Fonseca Macedo, São Miguel, (2019). He was distinguished with the 2018 AICA Prize (International Association of Art Critics) for the exhibition A vocação dos ácaros, Fundação Carmona e Costa, Portugal (2018). His work is held in collections throughout Europe, including in France, Germany, Luxembourg, Portugal, and the United Kingdom.
Avelino Sá (n. 1961, Portugal) é licenciado em Artes Visuais (Pintura) pela Faculdade de Belas-Artes da Universidade do Porto (1991). Artista estabelecido, expõe regularmente as suas obras desde 1982, tendo realizado a sua primeira exposição individual em 1987. Para além de Portugal, a sua obra tem sido exposta na Alemanha, Espanha, Holanda, Brasil e Cabo Verde.
Der Rauber faz parte de uma série maior de trabalhos baseados nos escritos de Robert Walser. Tendo permanecido pouco apreciado por um público mais vasto em vida, o poeta e romancista suíço é agora considerado como um dos génios literários silenciosos do século XX.
As exposições mais conhecidas de Sá incluem: As minhas propriedades, Fundação D. Luís I, Cascais (2020); Quase nada, Galeria Fernando Santos, Porto (2019); O Som do Orvalho, Galeria Fernando Santos, Porto (2017); e Desde o Começo Não Há Nada; Museu Alberto Sampaio, Guimarães (2015). A sua obra foi também apresentada na ARCOlisboa 2018. Em 2013, Sá recebeu o Prémio Amadeo de Souza-Cardoso. As suas obras estão presentes em várias coleções privadas e públicas, nomeadamente no Museu de Arte Contemporânea de Serralves, Porto; Museo Extremeño e Iberoamericano de Arte Contemporáneo (MEIAC), Badajoz; e Museu Berardo de Arte Moderna e Contemporânea, Centro Cultural de Belém, Lisboa.
Avelino Sá (b. 1961, Portugal) holds a degree in Visual Arts (Painting) from the Fine Arts Faculty of the University of Porto, Portugal (1991). An established artist, he has been exhibiting his work regularly since 1982 and held his first solo exhibition in 1987. Besides Portugal, his work has been exhibited in Germany, Spain, The Netherlands, Brazil, and Cape Verde.
Der Rauber forms part of a larger series of work based on the writings of Robert Walser. Having remained unappreciated by a wider audience during his life, the Swiss poet and novelist is now regarded as one of the quiet literary geniuses of the twentieth century.
Notable exhibitions of Sá’s include As minhas propriedades, Fundação D. Luís I, Cascais (2020); Quase nada, Galeria Fernando Santos, Porto (2019); O Som do Orvalho, Galeria Fernando Santos, Porto (2017); and Desde o Começo Não Há Nada; Museu Alberto Sampaio, Guimarães (2015). His work was also featured in ARCOlisboa 2018. In 2013, Sá received the Amadeo de Souza-Cardoso Prize. His works are featured in several private and public collections, namely those of Museu de Arte Contemporânea de Serralves, Porto; Museo Extremeño e Iberoamericano de Arte Contemporáneo (MEIAC), Badajoz; and Museu Berardo de Arte Moderna e Contemporânea, Centro Cultural de Belém, Lisbon.
Cecília Costa (n. 1971, Portugal) possui um mestrado em Arte Multimédia da Universidade Lusófona (2009); uma licenciatura em Belas-Artes pela Superior de Arte e Design, Caldas da Rainha (2001); e uma licenciatura em Matemática pela Universidade de Aveiro (1995). Costa apresenta ao público os seus ready-mades modificados, trabalhando com uma variedade de técnicas e materiais invulgares. A sua formação em matemática levou a um grande interesse artístico na simetria, gravidade e dimensões do espaço. Dançando na linha imaterial entre a segunda e terceira dimensões, Costa desenha como se estivesse a criar uma escultura, dando às suas obras consistência, densidade e elasticidade. Nas suas esculturas, procura baralhar as propriedades da matéria.
Em Closer, duas cadeiras são cortadas em secções de 1cm, separadas e reconstituídas como uma unidade. Composta por partes desiguais, uma cadeira inclina-se impacientemente para a outra, que, apanhada de surpresa, reaja com mais firmeza e em atraso. Ao remover toda a funcionalidade, Costa torna as cadeiras desprovidas da sua materialidade inicial. O que resta são dois objetos de madeira que preservam a memória do todo a que outrora pertenceram. Através das suas obras, Costa postula que o todo é mais do que a soma das suas partes e questiona se a reordenação de uma soma das partes poderia revelar partes escondidas do todo.
Numerosas galerias e museus de renome têm apresentado as obras de Costa, incluindo ArtFem, Bienal Internacional de Macau, Macau (2020) e On Reason and Emotion, 14º Bienal de Sydney – Museu de Arte Contemporânea de Sydney (MCA) (2004). Recebeu a Bolsa da Fundação Pollock Krasner, Nova Iorque (2018).
Cecília Costa (b. 1971, Portugal) holds an MA in Media Art from Universidade Lusófona, Portugal (2009); a BA in Fine Artists from Superior de Arte e Design, Caldas da Rainha, Portugal (2001); and a BA in Mathematics from Universidade de Aveiro, Portugal (1995). Working with a variety of media and unusual materials, Costa presents her audiences with modified ready-mades. Her background in mathematics encouraged a keen artistic interest in symmetry, gravity, and the dimensions of space. Dancing on the immaterial line between the second and third dimensions, Costa draws as if creating sculpture: giving her works weight, density, and elasticity. In her sculptures, she aims to shuffle the very properties of matter.
In Closer, two chairs are sliced into 1cm sections, separated, and reconstituted as a unit. Comprised of unequal parts, one chair leans nervously towards the other, which, caught by surprise, reacts more steadily and in delay. By removing all functionality, Costa renders the chairs devoid of their initial materiality. What remains are two wooden objects preserving the memory of the whole to which they once belonged. Through her work, Costa posits that the whole is more than the sum of its parts and questions whether reordering a sum of parts could unveil hidden parts of the whole.
Numerous key galleries and museums have featured Costa’s work, including ArtFem, Internacional Macau Biennale, Macau (2020) and On Reason and Emotion, 14th Sydney Biennale MCA – Museum of Contemporary Art, Sydney (2004). She received The Pollock Krasner Foundation Grant, New York (2018).
Luísa Mota (n. 1984, Portugal) tem um mestrado em Escultura do Royal College of Art, Reino Unido (2013) e uma licenciatura em Belas-Artes e Estudos Críticos do Goldsmiths College da Universidade de Londres, Reino Unido (2007). Na sua obra, Mota incentiva o público a pensar para além do seu contexto imediato: imaginar a si próprio como parte de um ecossistema que se estende além do tempo e do espaço. De acordo com Mota, isto exige uma revolução cultural e psicológica. A artista reconhece a dificuldade que esta ideia apresenta, pois a nossa perceção intuitiva do mundo demonstra que o nosso ambiente é algo que nos é externo, separado pela pele. Mota espera colmatar esta lacuna com a sua obra.
Com o entendimento de que qualquer coisa autónoma e com uma função corporal é um órgão, Mota criou a sua série “Órgãos”, incluindo Bone (Osso). A obra foi concebida como parte de uma peça de performance íntima na qual Mota se envolveu numa grande folha de papel, incubando-se, qual um embrião num útero. Ela criou então Bone a partir do papel utilizado na performance, criando volume e textura com bordados. A obra foi desenvolvida ao longo de um período de tempo, tendo sido iniciada em 2016 e concluída em 2020.
As exposições mais conhecidas de Mota incluem Natureza Delicada, Galeria Nuno Centeno, Porto (2021); Subi a construção como se fosse máquina, Fundação Manuel António da Mota, Porto (2020); Saint Fanta, inauguração para Pedro Almodóvar/Jorge Galindo, Museu Amadeo Souza-Cardoso, Amarante (2021); Liste Art Fair Basel, Galeria Nuno Centeno, Basileia (2018); e Trabalho Capital, Centro de Arte Oliva, São João da Madeira (2019).
Luísa Mota (b. 1984, Portugal) holds an MA in Sculpture from the Royal College of Art, UK (2013) and a BA in Fine Art & Critical Studies from Goldsmiths College, University of London, UK (2007). In her work, Mota encourages audiences to think beyond their immediate context: to imagine themselves as part of an ecosystem that extends beyond time and space. According to Mota, this demands for a cultural and psychological revolution. She notes the difficulty this idea presents, as our intuitive perception of the world denotes that our environment is something outside of us, separated by the skin. Through her work, Mota hopes to close this gap.
With the understanding that anything self-contained and with a bodily function is an organ, Mota created her ‘Organs’ series, including Bone. The work was conceived as part of an intimate performance piece in which Mota wrapped herself in a large piece of paper, incubating like an embryo in a womb. She then created Bone from the paper used in the performance, creating volume and texture with embroidery. The work was developed over a period of time, having been initiated in 2016 and completed in 2020.
Notable exhibitions of Mota’s include Delicate Nature, Galeria Nuno Centeno, Porto (2021); Subi a construção como se fosse máquina, Fundação Manuel António da Mota, Porto (2020); Saint Fanta, opening performance for Pedro Almodóvar/Jorge Galindo, Museu Amadeo Souza Cardoso, Amarante (2021); Liste Art Fair Basel, Nuno Centeno Gallery, Basel (2018); and Trabalho Capital, Centro de Arte Oliva, São João da Madeira (2019).
Yuri Firmeza (n. 1982, Brasil) tem um mestrado em Poéticas Visuais pela Universidade de São Paulo, Brasil (2011) e está atualmente a terminar o seu doutoramento em Belas-Artes na Universidade de Lisboa. Na sua prática, Firmeza é atraído para espaços abandonados, arqueologia e história dos lugares. A sua obra tem levado o artista a vários destinos em busca de inspiração criativa. No seu Projeto Arca-Palimpsesto no México, por exemplo, Firmeza utilizou dados históricos sobre as ruínas pré-hispânicas que se encontram enterradas debaixo do solo da Cidade do México para criar a sua obra. Recentemente gravou um filme intitulado Nada É, em Alcântara: um lugar com um passado muito rico que sofreu um grave declínio económico.
Para Contrarquivo, o trabalho de investigação de Firmeza levou-o a Fordlândia: um projeto fundado por Henry Ford no meio da floresta tropical amazónica em plena viragem do século XX. Construído para a extração de borracha, centenas de pessoas morreram na execução do projeto. Contrarquivo apresenta duas imagens: a frente e o verso do mesmo objeto. À direita, podemos ver o verso de um documento oficial sobre a Fordlândia que diz “”Jungle Conquest””; à esquerda, como contraponto, é-nos apresentada a capa do livro que registou todas as pessoas que morreram neste projeto.
Firmeza expôs amplamente, incluindo em Frieze 2014, Nova Iorque (2014); How (…) things that don’ exist, Pavilhão Ciccillo Matarazzo, Bienal de São Paulo (2014); e Stage of Hopelessness, Indonésia 14th Biennale Jogja, Yogyakarta (2017).
Yuri Firmeza (b. 1982, Brazil) holds an MA in Poéticas Visuais from the Universidade de São Paulo, Brazil (2011) and is currently completing his PhD in Fine Arts at the University of Lisbon, Portugal. In his practice, Firmeza is drawn to abandoned spaces, archaeology, and the history of places. His work has taken him to various destinations in pursuit of creative inspiration. For example, in his Arca-Palimpsest Project based in Mexico, Firmeza used historical data on the pre-Hispanic ruins that are buried under the soil of Mexico City to create his work. He recently shot a film, entitled ‘Nada É’, in Alcântara: a place with a very rich past that experienced severe economic decline.
For Contrarquivo, Firmeza’s research has taken him to Fordlândia: a project founded by Henry Ford in the middle of the Amazon rainforest at the turn of the 20th century. Built for rubber extraction, hundreds of people died as a result of the project. Contrarquivo presents two images, the front and reverse of the same object. On the right, we can see the back of an official document about Fordlândia that reads “Jungle Conquest”. On the left, as a counterpoint, we have the cover of the book that registered all the people who died in this endeavour.
Firmeza has exhibited widely, including in Frieze 2014, New York (2014); How (…) things that don’ exist, Pavilhão Ciccillo Matarazzo, São Paulo Biennial (2014); and Stage of Hopelessness, Indonésia 14th Biennale Jogja, Yogyakarta (2017).
A Map Series (Portugal) faz parte de um conjunto de obras em que Mendes costura mapas de papel antigos e compõe antigos impérios coloniais, incluindo os de Portugal, França, Rússia e Alemanha. Mendes dá início ao processo com a performance; começa a costurar a um ritmo normal, procurando gradualmente a direção no mapa. A costura torna-se progressivamente mais frenética, obscurecendo a superfície do mapa tal como as guerras coloniais obscurecem as culturas. Após a performance, o mapa é afixado ao som de música.
Mendes é uma artista reconhecida, tendo recebido os prémios Honourable Award e Audience Choice, Taoyuan International Art Prize, Taoyuan (2021); Segundo Lugar no Prémio Jerwood Drawing Prize, Londres (2017); Menção Honrosa no Prémio do Júri do Festival Fuso/MAAT, Lisboa (2016); e como finalista no MAC International Ulster Bank Prize, Belfast (2016). Expôs recentemente na Royal Academy of Arts, Londres; na Exposição da Primavera de Charlottenborg, Copenhaga; e no Museu de Belas-Artes de Taoyuan, Taoyuan.
Ana Mendes (b. 1973, Portugal) holds an MA in Writing for Performance from Goldsmith College, UK (2011) and a Post-Graduation in Video from the Royal Institute of Art, Sweden (2019). Mendes’ practice spans an array of various media and explores subjects such as memory, language, and identity. The artist notes that she spends a considerable amount of time alone: researching, experimenting, and playing with new ideas until she arrives at intriguing concepts. Later in her process, Mendes will often work collaboratively with other artists, labour workers, or scientists to create her art. Using as few materials as possible, her work is commonly described as minimalist and poetic.
Map Series (Portugal) forms part of a larger body of work in which Mendes stitches together old paper maps and composes past colonial empires, including those of Portugal, France, Russia, and Germany. Mendes begins the process with performance; she begins stitching at a regular pace, gradually searching the map for direction. She progressively becomes more frantic, obscuring the surface of the map just as colonial wars cause the blurring of cultures. Post-performance, the map is displayed with accompanying sound.
Mendes is an accomplished artist, having received Honourable Award and Audience Choice Award, Taoyuan International Art Prize, Taoyuan (2021); Second Place in the Jerwood Drawing Prize, London (2017); Honourable Mention in the Prize of the Jury Fuso Festival/MAAT Museum, Lisbon (2016); and placed as a finalist in the MAC International Ulster Bank Prize, Belfast (2016). She has recently exhibited at the Royal Academy of Arts, London; Charlottenborg Spring Exhibition, Copenhagen; and Taoyuan Museum Fine Art, Taoyuan.”
Edgar Martins (n. 1977, Portugal) é investigador doutorado no Centro Europeu de Investigação Documental, University of South Wales, País de Gales e possui um mestrado em Fotografia e Belas-Artes do Royal College of Art, Reino Unido (2000), bem como uma licenciatura (Menção Honrosa) em Fotografia da Universidade das Artes, Reino Unido (1997). Artista multimédia, a obra de Martins está enraizada na investigação, envolvimento social e colaborações únicas e, a longo prazo, com organizações restritas como a Polícia Metropolitana do Reino Unido, a Agência Espacial Europeia, o Instituto de Medicina Legal, entre outras.
No Man is an Island faz parte da série “What Photography & Incarceration have in Common with an Empty Vase” (2019), um projeto de três anos no qual Martins interagiu de perto com reclusos nas Midlands (Reino Unido), bem como com as suas famílias, indivíduos e organizações associadas. Para este trabalho, Martins foi convidado a observar uma sessão de psicanálise de uma criança com um pai encarcerado, onde foi discutido um sonho recorrente. Segundo o psicanalista, a ave representa o pai, e o ato de comer representa a menina apropriando-se da memória do seu progenitor. Na literatura psicanalítica, a boca é muitas vezes vista como um olho, o que contribui para a construção da identidade do seu pai na sua ausência.
Esta série percorreu o mundo, tendo sido exposta no Museum of Contemporary Art, Londres (2022), Ffotogallery, Cardiff (2022), Museu do Chiado (2022), Centre de la Photographie Genève, Genebra (2021); The Herbert Museum, Coventry (2021) e Galeria Filomena Soares, Lisboa (2020). Um livro desta obra foi pré-selecionado para o Prémio Photobook da Fundação Photo and Aperture de Paris e para o Prémio PhotoEspaña Book (2020).
Edgar Martins (b. 1977, Portugal) is a PhD research fellow at the European Documentary Research Centre, University of South Wales, Wales, and holds an MA in Photography and Fine Arts from the Royal College of Art, UK (2000) as well as a BA (Hons) in Photography from University of the Arts, UK (1997). A multi-media artist, Martins’ work is rooted in research, social engagement, and unique, long-term collaborations with restricted organisations such as the UK Metropolitan Police, the European Space Agency, the Institute of Legal Medicine, amongst others.
No Man is an Island is from the series ‘What Photography & Incarceration have in Common with an Empty Vase’ (2019), a three-year project in which Martins closely interacted with inmates in the Midlands (UK), as well as their families, and associated individuals and organisations. For this work, Martins was invited to observe a psychoanalytical session of a child with an incarcerated father, where she discussed a recurring dream. According to the psychoanalyst, the bird represents the father, and the act of eating represents the girl appropriating the memory of her progenitor. In psychoanalytical literature, the mouth is often seen as an eye, which lends to the daughter’s construction of her father’s identity in his absence.
This series has toured the world, having been exhibited at the Museum of Contemporary Art, London (2022), Ffotogallery, Cardiff (2022), Museu do Chiado (2022), Centre de la Photographie Genève, Geneva (2021); The Herbert Museum, Coventry (2021) and Galeria Filomena Soares, Lisbon (2020). A book of this work was shortlisted for the Paris Photo and Aperture Foundation Photobook Award and the PhotoEspaña Book Award (2020).
Horácio Frutuoso (n. 1991, Portugal) é licenciado em Belas-Artes (Pintura) pela Universidade do Porto (2013). A sua prática abrange pintura, poesia concreta, desenho tipográfico e performance. Através de métodos como a construção pictórica e a desconstrução na pintura, a obra de Frutuoso explora a linguagem, os meios de comunicação e os códigos sociais da representação.
Na obra New Wild Flowers, Frutuoso questiona o que significa ser adulto. Tendo começado a pintar a obra quando completou 30 anos de idade, refletiu sobre as expetativas que tinha para a sua vida adulta, carreira e vida social. A figura na obra de Frutuoso pinta com spray uma parede, parecendo ter sido, nesse momento, apanhado. A pintura em spray, contudo, não cobre ou reescreve a frase. Revela-a. A sua intenção com esta série é transformar poemas sobre a prática artística e a vida quotidiana de Frutuoso em pinturas. Essencialmente, o artista capta os nossos gestos performativos na vida quotidiana, tentando, em vão, abrandar o tempo com as nossas ações.
Frutuoso participou em várias exposições, incluindo Sage Comme Une Image, Galeria Balcão, Lisboa (2020); Clube de Poesia, Museu de Serralves, Porto (2019); Haus Wittgenstein, MAAT, Lisboa (2018); SP-Arte, Festival Internacional de Arte de São Paulo, São Paulo (2018); e Biblioteca, BoCa – Bienal de Artes Contemporâneas, Lisboa (2019).
Horácio Frutuoso (b. 1991, Portugal) holds a BA in Fine Arts (Painting) from the University of Porto, Portugal (2013). His practice spans painting, concrete poetry, typography design, and performance. Through methods such as pictorial construction and deconstruction in painting, Frutuoso’s work explores language, media, and social codes of representation.
In his work New Wild Flowers, Frutuoso asks what it means to be an adult. Having begun painting the work when he turned 30, he considered the expectations he had for his adulthood, career, and social life. The figure in Frutuoso’s work is spray painting a wall, looking as if he has just been caught. However, the subject’s spray paint does not cover or rewrite the phrase, but rather reveals it. His intention with his series of work is to render poems about Frutuoso’s artistic practice and daily life into paintings. Essentially, he captures our performative gestures in daily life, trying in vain to change the velocity of time with our actions.
Frutuoso has participated in various exhibitions, including Sage Comme Une Image, Balcony Gallery, Lisbon (2020); Poetry Club, Serralves Museum, Porto (2019); Haus Wittgenstein, MAAT, Lisbon (2018); SP-Arte, São Paulo International Art Festival, São Paulo (2018); and Biblioteca, BoCa – Biennial of Contemporary Arts, Lisbon (2019).
Jorge Queiroz (n. 1966, Portugal) possui um mestrado em Belas-Artes da School of Visual Arts, EUA (1999). Completou também um Curso Avançado e um Plano de Estudos Completo no Ar. Co, Portugal (1993, 1991). Usando tanto o desenho como a pintura na sua prática, Queiroz estabelece diálogo entre os seus modos de expressão através dos quais ambos se contaminam e influenciam mutuamente. A sua obra caracteriza-se por uma ausência de linguística e linearidade narrativa. Ao invés, prefere desenvolver o seu próprio universo: enigmático, extravagante e até alquímico.
Duende invoca um forte sentido de polaridade, existente no espaço entre o sentido e o absurdo, o lógica e o ilógico, o consciente e o inconsciente, cheio e vazio, abstrato e figurativo, narrativo e fragmento. Ou, inspirado nas palavras do escritor Garcia Lorca, o artista postula se tudo “é” e “não é” ao mesmo tempo, num estado permanente de transmutação.
Queiroz é um artista bem-sucedido, tendo exposto na Bienal de Veneza (2003), na Bienal de São Paulo (2004), na 4ª Bienal de Arte Contemporânea de Berlim (2006) e na Bienal de Rennes (2016). Expôs em várias instituições de renome, incluindo o Centre Georges Pompidou, Paris; MUDAM, Luxemburgo; Palais de Tokyo, Paris; Fundação Calouste Gulbenkian Lisboa; Museu Serralves, Porto; FRAC Île-de-France Le Plateau, Paris; Museu Walhof, Bielefeld; Fundação Carmona e Costa, Lisboa; Museu Boijmans Van Beuningen, Roterdão; FRAC Haute-Normandie, Sotteville-lès-Rouen, França; Museu de Lisboa e Galeria Zé dos Bois, Lisboa.
Jorge Queiroz (b. 1966, Portugal) holds an MA in Fine Arts from School of Visual Arts, USA (1999). He has also completed both an Advanced Course and Complete Studies Plan at Ar.Co, Portugal (1993, 1991). Using both drawing and painting in his practice, Queiroz creates a dialogue between his media through which they both contaminate and influence each other. His work is characterised by an absence of linguistics and narrative linearity. Instead, he prefers to develop his own universe: an enigmatic, extravagant, and even alchemical one.
Duende invokes a strong sense of polarity, existing in the space between sense and nonsense, logic and the illogical, the conscious and the unconscious, full and empty, abstract and figurative, narrative and fragment. Or, inspired by the words of writer Garcia Lorca, the artist posits whether everything both ‘is’ and ‘is not’ at the same time, in a permanent state of transmutation.
Queiroz is an accomplished artist having exhibited at the Venice Biennale (2003), the São Paulo Biennale (2004), the 4th Berlin Biennial for Contemporary Art (2006), and the Rennes Biennial (2016). He has exhibited at many notable institutions, including Centre Georges Pompidou, Paris; MUDAM, Luxembourg; Palais de Tokyo, Paris; Fundação Calouste Gulbenkian Lisbon; Serralves Museum, Porto; FRAC Île-de-France Le Plateau, Paris; Walhof Museum, Bielefeld; Carmona e Costa Foundation, Lisbon; Boijmans Van Beuningen Museum, Rotterdam; FRAC Haute-Normandie, Sotteville-lès-Rouen, France; Lisbon Museum and Zé dos Bois Gallery, Lisbon.
Manuel Caeiro (n. 1975, Portugal) é licenciado em Belas-Artes pela Academia de Belas-Artes de Lisboa, Portugal. O processo artístico de Caeiro centra-se em torno da desconstrução e reconstrução de objetos e espaços, imbuindo-os de um novo sentido de identidade geométrica. Interpretando temas reais e construindo-os num ambiente “plástico”, o artista é capaz de criar um novo sentido de realidade abstrato e rico em possibilidades figurativas. Para Caeiro, esta representação permite-lhe desdobrar ritmos e modulações espaciais únicos sobre a tela.
Em “”Para uma Credencia aparatosa”” ::mc11, GreyBack, Caeiro cria um novo sentido de realidade a partir das várias possibilidades que nos rodeiam. Tendo investigado e considerado várias abordagens diferentes, Caeiro reinterpreta o seu ambiente com a intenção de transformar o bidimensional no tridimensional.
Caeiro participou em múltiplas apresentações a solo e em grupo, incluindo Monumento Luz // Sq. Feet, Ponces + Robles, Madrid (2017); Mikado, Galeria BetaPictoris, Alabama (2016); Down side up (Lurixs-Baró), Galeria Baró, São Paulo (2011); e O Palácio, Carlos Carvalho Arte Contemporânea, Guimarães (2020). Ficou em primeiro lugar no 2º Prémio de Pintura Ariane de Rothschild, Lisboa (2005).
Manuel Caeiro (b. 1975, Portugal) holds a BA in Fine Arts from the Fine Arts Academy of Lisbon, Portugal. Caeiro’s artistic process is centred around the deconstruction and rebuilding of objects and spaces, imbuing them with a new sense of geometric identity. By interpreting real subjects and constructing them within a ‘plastic’ environment, he is able to create a new, abstract sense of reality rich with figurative possibilities. For Caeiro, this representation allows him to unfold unique, spatial rhythms and modulations onto the canvas.
In “Para uma Credencia aparatosa” ::mc11, GreyBack, Caeiro creates a new sense of reality from the several possibilities that surround us. Having undergone research and considered various different approaches, Caeiro reinterprets his environment with the intention of transforming the two-dimensional into the three-dimensional.
Caeiro has participated in multiple solo and group presentations, including Light Monument // Sq. Feet, Ponces + Robles, Madrid (2017); Mikado, BetaPictoris Gallery, Alabama (2016); Down side up (Lurixs-Baró), Galeria Baró, São Paulo (2011); and O Palácio, Carlos Carvalho Arte Contemporânea, Guimarães (2020). He came first place in the 2nd Ariane de Rothschild Painting Prize, Lisbon (2005).
Manuela Pimentel (n. 1979, Portugal) possui uma Qualificação em Belas-Artes da Escola Superior Artística do Porto (2003) e uma Especialização em Corte de Madeira Tradicional Japonesa e Corte de Madeira Contemporânea da Universidade das Artes de Tóquio, Japão (2004). Inspirada na Inquietação do cantor e compositor José Mário Branco, a obra de Pimentel nasce do desconforto, não-conformismo, contestação e resistência. Igualmente inspirada pela beleza do mundo, os seus temas transparecem na dissonância entre conceitos: beleza e deformidade, conforto e desconforto, equilíbrio e instabilidade. O resultado são obras intrigantes e perturbadoras que nos falam sobre a frágil cadência da nossa existência.
Pimentel vê as ruas como a sua matéria-prima e a inspiração imprevisível para o Meu Peito Feito Campo de Batalha. Para criar a obra, Pimentel arrancou cartazes e outdoors antigos das muralhas da cidade e transformou-os em azulejos. Esta representação aparentemente caótica é a forma da artista construir uma relação tanto de proximidade como de estranheza para com o público. No Meu Peito Feito Campo de Batalha, fragmentos da cultura atual são transformados em 17 azulejos de estilo centenário: reorganizados numa única linguagem que demonstra a história de Portugal. Essencialmente, a sua obra representa uma oportunidade para olhar o mundo de forma diferente.
Pimentel é uma artista premiada, tendo recebido o prémio ESAP do Curso Superior de Artes Plásticas (2004) e o Primeiro Prémio no Prémio de Pintura Servartes (2007). Entre as exposições mais conhecidas incluem-se: Iberian Suit: Installation – A Journey of Imagination, Kennedy Center, Washington D.C. (2015); Biennale Internazionale d’Arte, Sant ‘Antioco, Sardenha (2015); e Barroco Ardente e Sincrético, Museu Afro Brasil, São Paulo (2018).
Manuela Pimentel (b. 1979, Portugal) holds a Qualification in Fine Arts from the Superior Artistic School of Porto, Portugal (2003) and a Specialisation in Japanese Traditional Woodcut and Contemporary Woodcut from Tokyo University of the Arts, Japan (2004). Inspired by singer-songwriter José Mário Branco’s ‘Inquietação’, Pimentel’s work is born out of discomfort, non-conformism, contestation, and resistance. Equally inspired by the beauty of the world, her themes transpire in the dissonance between concepts: beauty and deformity, comfort and discomfort, balance and instability. The result is both intriguing and disturbing pieces of work that speak to the fraught cadence of our existence.
Pimentel sees the streets as her raw material and the unpredictable inspiration for Meu Peito Feito Campo de Batalha. To create the work, Pimentel ripped old posters and billboards from city walls and transformed them into tiles. This seemingly chaotic representation is the artist’s way of building a relationship both of proximity and strangeness with audiences. In Meu Peito Feito Campo de Batalha, fragments of today’s culture are rendered into 17th Century-style tiles: rearranged into a single language that demonstrates the history of Portugal. Essentially, her work represents an opportunity to envision the world differently.
Pimentel is a decorated artist having received the ESAP award from the Higher Course in Plastic Arts (2004) and First Prize in the Servartes Painting Award (2007). Notable exhibitions include Iberian Suit: Installation – A Journey of Imagination, Kennedy Center, Washington D.C. (2015); Biennale Internazionale d’Arte, Sant ‘Antioco, Sardinia (2015); and Baroque Ardente e Sincrético, Afro Brasil Museum, São Paulo (2018).
Paulo Arraiano (n. 1977, Portugal) é licenciado em Comunicação pelo ISCEM, Portugal e estudou Artes Visuais no Ar.Co, Portugal (2002). É cofundador do “re_act contemporary”, um laboratório de arte e programa de residência nas Ilhas dos Açores, e do “no.stereo”, uma plataforma independente gerida por artistas. Os centros de investigação de Arraiano em torno da ideia de sismografia visual: avaliação de surtos relativos a novos paradigmas naturais, sociais e culturais. A sua prática artística está entrelaçada com a sua investigação sobre matéria e antimatéria e envolve o corpo, a paisagem e a tecnologia para abordar questões relativas às alterações climáticas, como a biosfera, extinção, transumanismo e o Antropoceno.
Em Inhale, Exhale (self breathing kit) [Inspirar, Expirar (kit de auto respiração)], a intenção de Arraiano é que a obra saia dos seus limites e envolva o público num abraçar de uma ideia: toda a sala a respirar ao seu ritmo. De acordo com o texto curatorial da obra de Borbála Soós: “”És transportado para o fundo do oceano, ou transformado em minúsculas partículas que correm pelos orifícios de ventilação e pelas correntes sanguíneas… Como se o som viesse do interior do teu corpo. Sentes-te suspenso, flutuando no oceano, as ondas à sua volta, cada uma trazendo consigo novas sensações. Elas contêm tanto o mundano como o eterno, o amor e a guerra, experiências individuais e partilhadas. A água e o oxigénio fluem através de nós, tal como nós fluímos através delas. Estamos envolvidos com todos os outros seres vivos através da ondulação, que nos atravessam e nos reabastecem”.
As exposições mais conhecidas de Arraiano incluem: Sensorial Divinities, Dimora Artica, Milão (2019); ProjectMAP, Museu Colecção Berardo, Lisboa (2020); e The Bee Who Forgot The Honey, Museu d’Història de Catalunya, Barcelona (2019).
Paulo Arraiano (b. 1977, Portugal) holds a BA in Communication from ISCEM, Portugal, and studied Visual Arts at Ar.Co, Portugal (2002). He is co-founder of ‘re_act contemporary’, an art laboratory and residence programme in the Azores Islands, and of ‘no.stereo’, an independent artist-run platform. Arraiano’s research centres around the idea of visual seismography: assessing surges concerning new natural, social, and cultural paradigms. His artistic practice is interwoven with his research on matter and anti-matter, and engages the body, the landscape, and technology to address questions concerning climate change, biosphere, extinction, transhumanism and the anthropocene.
In Inhale, Exhale (self breathing kit), Arraiano’s intention is for the work to spill out of it’s bounds and envelop the audience in an embrace: the whole room breathing to your rhythm. According to work’s curatorial text by Borbála Soós: “You are transported to the bottom of the ocean, or transformed into tiny particles running through air vents and bloodstreams… As if the sound is coming from inside your body. You feel suspended, floating in the ocean, the waves around you each bringing with them new sensations. They contain both the mundane and the everlasting, love and war, individual and shared experiences. Water and oxygen flow through us just as we flow through them. We are implicated in all other living beings through the waves and swells of water that course through and replenish us.
Notable exhibitions of Arraiano’s include Sensorial Divinities, Dimora Artica, Milan (2019); ProjectMAP, Museu Colecção Berardo, Lisbon (2020); and The Bee Who Forgot The Honey, Museu d’Història de Catalunya, Barcelona (2019).
Rui Pedro Jorge (n. 1987, Portugal) é licenciado em Belas-Artes (Pintura) pela Universidade do Porto (2010). O desejo de Rui Pedro Jorge de pintar surge da necessidade de fazer algo acontecer. O artista encontra prazer no processo e exploração, na dor e na surpresa, que surge com a criação e o encoraja a continuar a sua interminável viagem artística. Rui Pedro Jorge descreve a sua prática referindo-se ao comportamento das pessoas, paisagens, arquitetura, ornamentos e encontros, que se podem experienciar durante um passeio. Para o artista, a experiência deve ser tangível: precisa de acreditar na sua criação.
Untitled (Monstera) relaciona-se com a experiência do artista em Bucareste. O protagonista da obra é Monstera Deliciosa, rodeada de espaços verdes na cidade. Para Rui Pedro Jorge, as plantas são seres fascinantes porque são incapazes de se mover quando confrontadas com adversidade. Em Untitled (Monstera), as folhas aparecem em forma quadrangular como que se adaptando a um cenário que não lhes pertence.
Rui Pedro Jorge expôs em várias apresentações conhecidas, incluindo em Era noite, caiu o dia, Galeria 111 (2022); É um longo caminho, MCO Arte Contemporânea, Porto (2017); Estampa Artfair com José dela Fuente, Madrid (2015); Copi Copi, Galeria 111, Portugal (2013); Tempos de Poeira, Galería 111, Lisboa (2012); Tempos de Poeira, Fundação BilbaoArte, Bilbao (2012); e Portuguese Man-of-War, Galería 111, Lisboa (2010).
Rui Pedro Jorge (b. 1987, Portugal) holds a BA in Fine Arts (Painting) from the University of Porto, Portugal (2010). Rui Pedro Jorge’s urge to paint arises from the need to make something happen. He finds pleasure in the process and exploration, in the pain and surprise, that comes with creation and encourages him to continue his endless artistic journey. Rui Pedro Jorge describes his practice as referencing people’s behaviour, landscapes, architecture, ornaments, and encounters one might experience during a walk. For the artist, the experience must be credible: he needs to believe in his creation.
Untitled (Monstera) relates to the artist’s experience in Bucharest. The protagonist of the work is the Monstera Deliciosa, surrounded by green spaces in the city. For Rui Pedro Jorge, plants are fascinating beings because they are unable to move when faced with adversity. In Untitled (Monstera), leaves appear in quadrangular form as if adapting to a setting not its own.
Rui Pedro Jorge has exhibited in many notable presentations, including in Era noite, caiu o dia, Galeria 111 (2022); É um longo caminho, MCO Arte Contemporânea, Porto (2017); Estampa Artfair with José dela Fuente, Madrid (2015); Copi Copi, Galeria 111, Portugal (2013); Tempos de Poeira, Galería 111, Lisbon (2012); Tempos de Poeira, BilbaoArte Foundation, Bilbao (2012); and Portuguese Man-of-War, Galería 111, Lisbon (2010).
Salomé Lamas (n. 1987, Lisboa) estudou Cinema em Lisboa e Praga, Artes Visuais em Amesterdão e é doutoranda em Estudos de Arte Contemporânea em Coimbra. Em vez de habitar na periferia entre o cinema e as artes visuais, ficção e não-ficção, Lamas percorre novos caminhos na sua prática, desafiando os métodos convencionais de produção e exibição e desordenando as linhas entre o cinema e a expressão artística. Oscilando entre a narrativa, a memória e a história, Lamas utiliza meios baseados no tempo para destacar o traumaticamente reprimido ou historicamente invisível, erguendo-o dos horrores da violência colonial para as paisagens da capital global.
Hotel Royal é um mosaico fragmentado e incompleto das sociedades contemporâneas. Pode ser visto como um filme sobre os horrores da alma. Para a artista, todos nós temos corpos biológicos idênticos e, mesmo assim, segmentamo-nos e diferenciamo-nos uns dos outros. Cúmplice voyeurista, o público é transportado para uma viagem através do hotel onde os quartos são indistinguíveis uns dos outros, tal como as pessoas. Lamas cita uma camareira fictícia: “”No decorrer das minhas tarefas de limpeza, examinei os pertences de cada hóspede do hotel e observei nos pormenores vidas que permanecerão desconhecidas.
Lamas recebeu várias bolsas de estudo, incluindo a Gardner Film Study Center Fellowship, Universidade de Harvard; Film Study Center, Harvard Fellowship; The Rockefeller Foundation, Bellagio Center; Berliner Künstlerprogramm des DAAD, Fundação Bogliasco; The MacDowell Colony; Yaddo; e Fundação Camargo. O seu trabalho tem sido exibido em instituições e festivais de cinema reconhecidos como Berlinale, Locarno, La Biennale di Venezia Architettura, MAAT, SESC São Paulo, Bozar, Centro Botin, Fundação TBA 21, FAEMA, Tate, MoMA e Haus der Kulturen der Welt.
Salomé Lamas (b. 1987, Lisbon) studied Cinema in Lisbon and Prague, Visual Arts in Amsterdam, and is a PhD candidate in Contemporary Art Studies in Coimbra. Rather than dwelling in the periphery between cinema and the visual arts, fiction and non-fiction, Lamas treads new paths in her practice: challenging conventional methods of production and exhibition, and blurring the lines between filmic and artistic expression. Oscillating between storytelling, memory, and history, Lamas uses time-based media to highlight the traumatically repressed or historically invisible, lifting them from the horrors of colonial violence to the landscapes of global capital.
Hotel Royal is a fragmented and incomplete mosaic of contemporary societies. It can be seen as a film about the horrors of the soul. For the artist, we all have identical biological bodies, and yet we segment and differentiate ourselves from others. A voyeuristic accomplice, the audience is brought on a journey through the hotel where the rooms of indistinguishable from each other, as are the people. Lamas quotes a fictional chambermaid: “’In the course of my cleaning duties, I examined the belongings of each guest of the hotel and observed through the details, lives that will remain unknown.
Lamas has been granted several fellowships, including the Gardner Film Study Center Fellowship, Harvard University; Film Study Center, Harvard Fellowship; The Rockefeller Foundation, Bellagio Center; Berliner Künstlerprogramm des DAAD, Bogliasco Foundation; The MacDowell Colony; Yaddo; and Camargo Foundation. Her work has been exhibited at notable institutions and film festivals including Berlinale, Locarno, La Biennale di Venezia Architettura, MAAT, SESC São Paulo, Bozar, Centro Botin, TBA 21 Foundation, FAEMA, Tate, MoMA and Haus der Kulturen der Welt.
Teresa Esgaio (n. 1985, Portugal) é licenciada em Arte e Multimédia pela Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa (2008). O rigor da ciência e da matemática sempre entusiasmou Esgaio. No entanto, com o tempo, a artista apercebeu-se de que estes temas, outrora reconfortantes, eram incapazes de responder às suas questões mais íntimas. Esta tomada de consciência levou-a ao desenho, que ocupa agora um papel central na sua vida. Trabalhando principalmente com grafite, carvão e pastel, o seu trabalho tem uma linguagem figurativa que responde às questões mais prementes de Esgaio sobre conceitos abstratos como a passagem do tempo, a condição humana, a memória e a identidade.
Esgaio recorda que, historicamente, a pesca do bacalhau era considerada tão difícil que os pescadores podiam escolher entre a guerra e a pesca: servir nas Forças Armadas ou na Frota Nacional de Pesca do Bacalhau. Todos os anos, durante seis meses, navegavam para o Atlântico Norte, onde os “dories” (barcos de madeira navegados por um só homem) remavam para longe do navio-mãe e partiam para a pesca. Esta história e os registos de Alan Villiers em The Quest Of The Schooner Argus expressam esta dura realidade e servem de inspiração para a pesca: “”Ao pescar com as suas linhas de mão, enquanto a linha longa estava em baixo, tinha de manter o seu cérebro na ponta dos dedos, disse ele, (…) e assim laçava melhor o bacalhau. Essa era a sua própria expressão – o seu cérebro na ponta dos dedos””.
Exposições conhecidas de Esgaio incluem The sea is not round, Cordoaria Nacional, Lisboa (2021); Contemporâneos Extemporâneos, Galeria Fernando Santos, Porto (2021); From Lisboa to the World, Maus Hábitos, Porto (2020); e Take a Number, Galeria Underdogs, Lisboa (2018).
Teresa Esgaio (b. 1985, Portugal) holds a BA in Art and Multimedia, Faculty of Fine Arts, University of Lisbon, Portugal (2008). The rigor of science and mathematics has always appealed Esgaio. However, over time she realised these once comforting subjects were unable to answer her most intimate questions. This realisation brought her to drawing, which now has a central role in her life. Working primarily with graphite, charcoal, and pastel, her work has a figurative language that answers Esgaio’s pressing questions about abstract concepts such as the passage of time, the human condition, memory and identity.
Esgaio recollects that, historically, cod fishing was deemed so difficult that fishermen could choose between war and fishing: serving in the Armed Forces or the National Cod Fishing Fleet. Every year, for six months, they sailed to the Atlantic North, where the ‘dories’ (one-man wooden boats) rowed away from the mothership and left for fishing. This history and the writings of Alan Villiers in ‘The Quest Of The Schooner Argus’ express this harsh reality and serve as inspiration for Fishing: “As he fished with his hand-lines, while the long-line was down, he had to keep his brain in his fingertips, he said, (…) and so the better snare the cod. That was his own expression – his brain in his fingertips.
Notable exhibitions of Esgaio include The sea is not round, Cordoaria Nacional, Lisbon (2021); Contemporâneos Extemporâneos, Galeria Fernando Santos, Porto (2021); From Lisboa to the World, Maus Hábitos, Porto (2020); and Take a Number, Underdogs Gallery, Lisbon (2018).
Vasco Mourão (n. 1979, Portugal) possui um mestrado em Arquitetura pela Universidade do Minho (2004). Trabalha principalmente com noções, texturas, e memórias da paisagem urbana. Fazendo uso de apenas uma caneta e a passagem do tempo, a prática de Mourão centra-se obsessivamente na representação das cidades através de desenhos em papel, madeira, pedra, e metal. O artista revela particular interesse em desenhar paisagens urbanas e outros meandros arquitetónicos no geral, reconstruindo-as na tela. Habitando um lugar entre a arte fina e a ilustração, Mourão cria obras por medida e murais em grande escala para vários clientes privados, galerias e instituições, bem como trabalhos em comissões editoriais selecionadas.
Desenhada diretamente sobre latão, Ellipse II retrata sequências de edifícios e construções imaginárias que crescem umas nas outras, num loop contínuo de uma “”paisagem urbana”” infinita. Distorcidos e deformados por forças invisíveis, os limites físicos das peças tornam-se parte integrante do trabalho que se situa entre uma escultura e um desenho bidimensional.
A obra de Mourão tem sido exposta internacionalmente, nomeadamente em Variations, Galeria Underdogs, Lisboa (2019); Remember Tokyo, Galeria Almost Perfect, Tóquio (2019); Remember Hong Kong, Galeria ACO, Hong Kong (2019); Portugal Múltiplo, Fundação Bissaya Barreto, Coimbra (2018) e; Ouroborus. Drawings on Wood, Espacio 88, Barcelona (2016).
Vasco Mourão (b. 1979, Portugal) holds an MA in Architecture from the University of Minho, Portugal (2004). He works primarily with perceptions, textures, and memories of the urban landscape. Using only a pen and the passage of time, Mourão’s practice obsessively focuses on the representation of cities through drawings on paper, wood, stone, and metal. He is particularly interested in drawing cityscape and other architectural meanderings at large: rearranging them on the canvas. Inhabiting a place between fine art and illustration, Mourão creates bespoke artworks and large-scale murals for various private clients, galleries, and institutions, as well as works on selected editorial commissions.
Hand drawn directly onto the brass surface, Ellipse II depicts sequences of imaginary buildings and constructions that grow into each other in a continuous loop of an infinite ‘urbanscape’. Distorted and deformed by invisible forces, the physical limits of the pieces become an integral part of the work that lies between a sculpture and a two-dimensional drawing.
Mourão’s work has been exhibited internationally, notably in Variations, Underdogs Gallery, Lisbon (2019); Remember Tokyo, Almost Perfect Gallery, Tokyo (2019); Remember Hong Kong, ACO Gallery, Hong Kong (2019); Portugal Múltiplo, Bissaya Barreto Foundation, Coimbra (2018) and; Ouroborus. Drawings on Wood, Espacio 88, Barcelona (2016).
André Príncipe (n. 1976, Portugal) é licenciado em Psicologia pela Universidade do Porto (1998) e concluiu um Curso de Cinema na Escola Superior de Teatro e Cinema (2001). Trabalhando maioritariamente em fotografia e cinema, Príncipe é também o fundador e coeditor da editora Pierre von Kleist Editions, especializada em livros fotográficos. Na sua obra, Príncipe capta as verdades universais da humanidade de uma forma altamente pessoal. A sua abordagem à criação artística permite-lhe contemplar várias facetas da vida através da lente, retratando momentos efémeros do nosso mundo agitado.
Untitled (Sem Título) faz parte da série de Príncipe intitulada “”A Hard Rain is Going to Fall””. O artista deseja que a sua obra seja acompanhada pela seguinte passagem:
Um dia, no ano 828, com a idade de oitenta e quatro anos, Yaoshan gritou alto “O Salão Dharma está a cair! Os monges apressaram-se a verificar os pilares e as vigas cruzadas do salão. Yaoshan riu-se com prazer. “Nenhum de vós compreende o meu significado”, disse-lhes ele. Então ele morreu.
Príncipe expôs extensamente em Portugal. Exposições individuais recentes incluem A Hard Rain is Going to Fall, Carlos Carvalho Arte Contemporânea, Lisboa (2020); Expats, Associação 289, Faro (2019); Elefante, MAAT – Museu de Arte Arquitectura e Tecnologia, Lisboa (2018); e Non-Fiction, Centro Cultural Vila Flor, Guimarães (2018). Publicou um total de onze livros.
André Príncipe (b. 1976, Portugal) has a BA in Psychology from the University of Porto, Portugal (1998) and completed a Film Course at Escola Superior de Teatro e Cinema, Portugal (2001). Working primarily in photography and film, Príncipe is also the founder and co-editor of publishing house Pierre von Kleist Editions, which specialises in photographic books. In his practice, Príncipe captures the universal truths of humanity in a highly personal manner. His approach to art creation allows him to contemplate various facets of life through his lens, depicting the ephemeral moments of our fast-paced world.
Untitled forms part of Príncipe’s series entitled ‘A Hard Rain is Going to Fall’. The artist wishes for his work to be accompanied by the following passage:
“One day, in the year 828, at the age of eighty-four, Yaoshan shouted loudly ‘The Dharma Hall is falling!’. The monks rushed to check the pillars and crossbeams of the hall. Yaoshan laughed delightedly. ‘None of you understand my meaning’ he told them. Then he died.”
Príncipe has exhibited extensively in Portugal. Recent solo exhibitions include A Hard Rain is Going to Fall, Carlos Carvalho Arte Contemporânea, Lisbon (2020); Expats, Associação 289, Faro (2019); Elefante, MAAT – Museu de Arte Arquitectura e Tecnologia, Lisbon (2018); and Non-Fiction, Centro Cultural Vila Flor, Guimarães (2018). He has published eleven books.
António Júlio Duarte (n. 1965, Portugal) estudou Fotografia no Ar.co, Portugal (1989) e no Royal College of Art, Reino Unido (1991). A obra fotográfica de Duarte centra-se na vida agitada da cidade, captando pessoas angustiadas, animais presos e coisas inverosímeis. Através desta obra, o artista configura o seu próprio mapa do mundo. Atraído por situações de tensão e movido pela compaixão, sente uma inquietação partilhada com os seus sujeitos. Ao familiarizar-se com estes “”seres inquietos””, Duarte mergulha nas suas atividades diárias, numa tentativa de captar o nosso desejo universal de agarrar a vida e nela encontrar sentido.
Trabalhando frequentemente na Ásia, Duarte sentiu que era importante capturar Protest I durante um período de agitação civil em Hong Kong. As emoções que sentiu durante este período fizeram lembrar as que sentiu na sua infância durante a Revolução Portuguesa.
Duarte expõe frequentemente tanto no seu país natal como no estrangeiro desde 1990. Exposições individuais conhecidas incluem CRIATURA, O Armário, Lisboa (2021); Eclipse, Galeria Bruno Múrias, Lisboa (2020); White Noise, Quartel da Arte Contemporânea de Abrantes, Coleção Figueiredo Ribeiro, Abrantes (2017); América, Galeria Pedro Alfacinha, Lisboa (2017); Suspension of Disbelief, CAV, Coimbra (2016); Mercúrio, Galeria Zé dos Bois, Lisboa (2015); e Japão 1997, Centro Cultural Vila Flor, Guimarães (2013). É autor de vários livros, incluindo Against the Day (2019); Japan Drug (2014); Deviation of the Sun (2013); e White Noise (2011), todos publicados por Pierre von Kleist Editions.
António Júlio Duarte (b. 1965, Portugal) studied Photography at Ar.co, Portugal (1989) and at the Royal College of Art, UK (1991). Duarte’s photographic practice is centred around bustling city life, in which he captures distressed people, trapped animals, and improbable things. Through this work, the artist configures his own map of the world. Drawn to situations of tension and moved by sympathy, he feels a shared restlessness with his subjects. Duarte, by making acquaintance with these ‘unquiet beings’, delves into their everyday activities in an attempt to capture our universal craving for life and meaning.
Often working in Asia, Duarte felt it was important for him to capture Protest I during a period of civil unrest in Hong Kong. The emotions he felt during this time were reminiscent of those he experienced during the Portuguese Revolution of his childhood.
Duarte has exhibited frequently both in his native Portugal and abroad since 1990. Notable solo exhibitions include CRIATURA, O Armário, Lisbon (2021); Eclipse, Galeria Bruno Múrias, Lisbon (2020); White Noise, Quartel da Arte Contemporânea de Abrantes, Figueiredo Ribeiro Collection, Abrantes (2017); América, Galeria Pedro Alfacinha, Lisbon (2017); Suspension of Disbelief, CAV, Coimbra (2016); Mercúrio, Galeria Zé dos Bois, Lisbon (2015); and Japão 1997, Centro Cultural Vila Flor, Guimarães (2013). He has authored multiple books, including Against the Day (2019); Japan Drug (2014); Deviation of the Sun (2013); and White Noise (2011), all published by Pierre von Kleist Editions.
João Jacinto (n. 1966, Portugal) é doutorado em Desenho pela Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa. Em 1985, iniciou os seus estudos artísticos na Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa. É professor na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa desde 1999.
Para acompanhar a sua obra Sem Título, Jacinto deseja simplesmente afirmar: “”Uma pincelada morta nascida, seguida de outra que vai morrer. Tudo durante o intervalo de tempo pretendido””.
A obra de Jacinto tem sido amplamente exposta, mais recentemente em Limpar a seco, Projecto Travessa da Ermida, Lisboa (2021); Solfatara, Galeria 111, Lisboa (2021); Nódoas, Centro Cultural Português, Luxemburgo (2020); Tebaida, Galeria Sete, Coimbra (2019); e Snuff, Reitoria da Universidade do Minho, Braga (2019).
João Jacinto (b. 1966, Portugal) holds a PhD in Drawing from the Faculdade de Belas Artes de Universidade de Lisboa, Portugal. In 1985, he started his artistic studies at Escola Superior de Belas Artes de Lisboa and has been a professor at the Faculty of Fine Arts, University of Lisbon since 1999.
To accompany his artwork Sem Titulo, Jacinto wishes simply to state: “A born dead brushstroke, after another one that will die. All during the brake that is intended.”.
Jacinto’s work has been widely exhibited, most recently in Limpar a seco, Projecto Travessa da Ermida, Lisbon (2021); Solfatara, Galeria 111, Lisbon (2021); Nódoas, Centro Cultural Português, Luxembourg (2020); Tebaida, Galeria Sete, Coimbra (2019); and Snuff, Reitoria da Universidade do Minho, Braga (2019).
Isaque Pinheiro (n. 1972, Portugal) identifica-se como um materialista com um grande interesse na forma como as coisas funcionam: obriga-se a encontrar soluções e problemas que se refletem subsequentemente no seu pensamento escultórico. Através do artesanato, Pinheiro acredita que é através de uma conexão com um instinto básico que se compreende o mundo e se faz uso do poder da imaginação.
A sua prática é alimentada pela abordagem destes desafios técnicos e considerando os impulsos inconscientes que estimulam a curiosidade. Pinheiro levanta grandes questões nos domínios social, político, sociológico e financeiro, encontrando, ao mesmo tempo, no absurdo, a sua condição pessoal como ser humano.
Confinado ao seu estúdio durante a pandemia global, Pinheiro criou Passa Montanhas (Balaclava), que em português também significa “”Atravessar Montanhas””. Num trabalho de destreza manual, artista manipulou a pedra como uma malha de croché. Os movimentos repetitivos despertaram em Pinheiro a introspeção. Na mente do artista, a obra levou-o numa viagem com a figura mitológica grega Sísifo, que estava condenado a empurrar eternamente uma rocha montanha acima. A obra de arte torna-se assim um objeto absurdo, uma “”pedra encapuzada””, que Pinheiro acredita poder ilustrar a capa do ensaio filosófico de Albert Camus, O Mito de Sísifo. Camus questiona se a constatação do absurdo requer suicídio, ao que o mesmo responde: “”Não. Requer revolta””. Uma revolta seguida de liberdade e paixão.
Pinheiro expôs internacionalmente, incluindo na AcorDo Rei, Paço Imperial, Rio de Janeiro, (2018); Arquivar Tormentas, Centro Galego de Arte Contemporânea (CGAC), Santiago de Compostela (2006); e Portugal: 30 artistas com menos de 40 anos, Museu Stenersen, Oslo (2004). O seu trabalho é apresentado na coleção de arte pública da Fundação EDP/MAAT, Lisboa, entre outros.
Isaque Pinheiro (b. 1972, Portugal) identifies as a materialist with a keen interest in how things work: pushing himself to identify solutions and problems that are subsequently reflected in his sculptural thinking. Through craftsmanship, Pinheiro believes that one connects with a basic human instinct to understand the world and engages in the power of imagination. His practice is fuelled by tackling these technical challenges and considering the unconscious impulses that drive curiosity. Pinheiro raises large questions in social, political, sociological and financial realms while simultaneously finding in the nonsense his personal condition as a human being.
Confined to his studio during the global pandemic, Pinheiro created Passa Montanhas (Balaclava), which in Portuguese also means ‘Crossing Mountains’. A work of manual dexterity, he manipulated the stone as if crocheting mesh. The repetitive movements stimulated Pinheiro to introspect. In the artist’s mind, the work took him on a journey with the Greek mythological figure Sisyphus who was doomed to roll a boulder up a hill for eternity. The artwork therefore becomes an absurd object, a ‘hooded stone’, that Pinheiro believes could illustrate the cover of Albert Camus’ philosophical essay, ‘The Myth of Sisyphus’. Camus questions whether the realisation of the absurd requires suicide, to which he answers: “”No. It requires revolt.”” A revolt followed by freedom and passion.
Pinheiro has exhibited internationally, including at AcorDo Rei, Paço Imperial, Rio de Janeiro, (2018); Arquivar Tormentas, Centro Galego de Arte Contemporânea (CGAC), Santiago de Compostela (2006); and Portugal: 30 artists under 40, Stenersen Museum, Oslo (2004). His work is featured in the public art collection of EDP Foundation/MAAT, Lisbon, among others.
Maria Almeida Cunha Alegre (n. 1995, Portugal) é licenciada em Belas-Artes e Mestre em Belas-Artes (Pintura) pela Universidade do Porto (2017, 2019). Utilizando a pintura e a fotografia para compreender o mundo, a sua prática artística tem inspiração nas reflexões sobre experiências passadas. Cunha considera o seu próprio estado interior e faz uso do seu corpo para desmistificar a forma feminina. Atualmente, a sua obra é formada pelas suas viagens por trilhos alpinos; o corpo, que visita os Alpes, observa-se na paisagem física e projeta uma paisagem interior sobre as obras criadas. É criada assim uma cartografia de um ambiente antropomórfico.
Em Val d’anniviers, Cunha procura transmitir a essência do objeto alpino na sua pintura. Embora muitos espaços alpinos permaneçam inacessíveis, a artista considera a sua prática uma forma de recriar esses espaços etéreos como o seu público. A experiência física está no cerne do trabalho de Cunha, uma vez que a artista questiona as suas noções de memória, tempo e espaço, ao mesmo tempo que realça a natureza serendipista dos percursos que percorre e as suas observações daí decorrentes. Esta relação entre o corpo e a paisagem é encapsulada pela criação de obras como Val d’anniviers, que oferecem conforto visual e evocam uma certa atmosfera na mente do público.
Cunha recebeu recentemente o Prémio Infanta Dona Maria Francisca, Categoria Pintura (2021). Entre as exposições mais conhecidas, incluem-se: La Persona con Paesaggi dentro, Galeria do IPSAR, Instituto Português de Santo António em Roma, Roma (2018); Bienal Internacional de Arte de Cerveira, Vila Nova de Cerveira (2020, 2017); e Clouds. 2021, Galeria Dentro, Porto (2021).
Maria Almeida Cunha Alegre (b. 1995, Portugal) holds a BA in Fine Arts and an MA in Fine Arts (Painting) from the University of Porto, Portugal (2017, 2019). Using painting and photography to comprehend the world, her artistic practice is informed by reflections on past experiences. Cunha considers her own inner state and makes use of her body to demystify the female form. Currently, her work is informed by her journeys on alpine trails; the body, which visits the Alps, observes itself in the physical landscape and projects an inner landscape onto the works created. Thus, a cartography of an anthropomorphic environment is produced.
In Val d’anniviers, Cunha seeks to transmit the essence of the alpine object into her painting. While many alpine spaces remain inaccessible, the artist considers her practice a way of recreating those ethereal spaces her audience. Physical experience is at the core of Cunha’s work, as she questions her perceptions of memory, time, and space, while also highlighting the serendipitous nature of the routes she walks and her subsequent observations. This relationship between the body and the landscape is encapsulated by the creation of works such as Val d’anniviers, which offer visual comfort and evoke a certain atmosphere in the minds of the audience.
Cunha was recently awarded the Infanta Dona Maria Francisca Award, Painting Category (2021). Notable exhibitions include La Persona con Paesaggi dentro, Gallery of the IPSAR, Istituto Portoghese di Sant’Antonio in Roma, Rome (2018); Cerveira International Art Biennial, Vila Nova de Cerveira (2020, 2017); and Clouds.2021, Dentro Gallery, Porto (2021).
Maria Trabulo (n. 1989, Portugal) vive no Porto e em Berlim. A sua prática multidisciplinar examina o papel que as imagens e artefactos desempenham na criação de histórias individuais e coletivas, e panoramas políticos, e investiga o esquecimento coletivo e as suas repercussões. O seu ponto de partida são os arquivos destruídos na Europa e os modelos de reprodução tecnológica e digital. Trabulo expõe as suas obras com frequência, individual e coletivamente e participa frequentemente em residências artísticas, nomeadamente na Alemanha, Áustria, França, Grécia, Itália, Irão e Portugal. A artista concluiu o seu mestrado em Arte e Ciência na Universität für Angewandte Kunst de Viena (2017) e é licenciada em Belas-Artes pela Faculdade de Belas-Artes da Universidade do Porto (2012).
Wine Dark Sea explora a possibilidade de definir a cor do mar a partir das memórias individuais de cada um. Doze pinturas são apresentadas, cada uma com uma cor correspondente à do mar tal como descrito a Trabulo em Itália e na Grécia, por doze jovens depois de terem atravessado de barco o Mar Mediterrâneo do Norte de África. A artista deitou a água recolhida do mar sobre os quadrados de tecido e deixou-os sob a luz do sol. A água evaporou e os cristais do mar formaram os padrões e formas em tons de branco que compõem a superfície.
Trabulo é uma artista de renome tendo participado em numerosas exposições internacionais, incluindo Les Laboratoires d’Aubervilliers, Paris (2022); Towards Gallery, Toronto (2021); Galeria Municipal do Porto, Porto (2019); Deegar Platform, Teerão (2019); Museu de Arte Contemporânea de Serralves (2018); Galeria da Boavista, Lisboa (2018); Museu de Arte, Arquitectura e Tecnologia, Lisboa, (2017); Neue Gallery – Tiroler Kunstlerschaft, Innsbruck (2017); Galerie UngArt, Viena (2015); Galeria Nuno Centeno, Porto (2015); KARAT, Colónia (2013); Super Tokonoma, Kassel (2012). Foi nomeada para o Prémio Novos Artistas da Fundação EDP 2022 e venceu o Prémio Novo Banco Revelação 2018 pelo Museu de Arte Contemporânea de Serralves.
Maria Trabulo (b. 1989, Portugal) lives in Porto and Berlin. Her multi-disciplinary practice examines the role that images and artefacts play in shaping individual and collective histories and political landscapes, and researches collective forgetfulness and its repercussions. Her point of departure are destroyed archives in Europe and models of technological and digital reproduction. Trabulo exhibits her work regularly, individually and collectively and frequently participates in artistic residencies, namely in Germany, Austria, France, Greece, Italy, Iran and Portugal. Maria completed her Masters in Art&Science at the Universität für angewandte Kunst in Vienna (2017) and has a degree in Fine Arts – Faculty of Fine Arts of the University of Porto (2012).
Wine Dark Sea considers the possibility of defining the colour of the sea from each one’s individual memories. Twelve paintings are each rendered in a colour corresponding to that of the sea as described to Trabulo in Italy and Greece by twelve young men that had crossed the Mediterranean Sea from Northern Africa by boat. Maria collected water from the sea, poured it over the squares of fabric, and left them under the sunlight. The water evaporated and sea crystals formed the patterns and shapes in shades of white that compose the surface.
Trabulo is an accomplished artist having participated in numerous international exhibitions, including Les Laboratoires d’Aubervilliers, Paris; Towards Gallery, Toronto; Porto Municipal Gallery; Deegar Platform, Tehran; Serralves Museum of Contemporary Art; Galeria da Boavista, Lisbon; MAAT Museum, Lisbon; Neue Gallery–Tiroler Kunstlerschaft, Innsbruck; Galerie UngArt, Vienna; Nuno Centeno Gallery, Porto; KARAT, Cologne; Super Tokonoma, Kassel. Nominated to the EDP Foundation New Artists Award 2022, winner of Novo Banco Revelação Prize 2018 by the Serralves Museum of Contemporary Art.
Miguel Branco (n. 1963, Portugal) estudou pintura na Universidade de Lisboa (1981, 1987). Desde 1989, é docente no Ar.Co, Centro de Arte e Comunicação Visual, Lisboa. Intimamente ligado às tradições da pintura e da escultura, inspira-se nas muitas camadas da História da Arte, que justapõe, criando um resultado híbrido. Utilizando tecnologia moderna, Branco apropria-se de e desloca certos temas, criando modelos a partir dos quais desenha. Através da repetição e erosão, o seu processo de desenho envolve múltiplas fases de desconstrução da sua imagem de referência até que a fonte original seja irreconhecível. Uma característica principal no trabalho de Branco é o animal, cuja presença, desligada do seu habitat natural, é descontextualizada como se se tratasse de uma figura num palco.
Apesar do estilo tradicional, na interpretação de Branco, as regras da matéria e escala caem numa espécie de ironia paradoxal. A falta de narrativa ou interação entre as figuras e o seu ambiente evoca uma atmosfera de incerteza e estranheza. Temas como a solidão da humanidade, a extinção e a crise climática revelam-se abaixo da superfície. Em Untitled (Sem Título), baseado em pinturas flamengas e holandesas do século XVI – um período de expansão do Ocidente –, as representações de riqueza e abundância da Natureza são vistas de forma crítica e tornam-se obsoletas.
Branco expôs em várias exposições conhecidas por toda a Europa, incluindo Almoço Nu, Galeria Pedro Cera, Lisboa (2019); Black Deer – Résonances, Enlèvements, Interférences, Musée de la Chasse et de la Nature, Paris (2016); Spectres – On Birds, Skulls and Drones, Galerie Jeanne Bucher Jaeger, Paris (2016); The Silence of Animals, Schloss Ambras, Innsbruck (2015); e Sala do Veado, Museu Nacional de História Natural e da Ciência, Lisboa (2015).
Miguel Branco (b. 1963, Portugal) studied painting at the University of Lisbon (1981, 1987). Since 1989, he has taught at Ar.Co, Centro de Arte e Comunicação Visual, Lisbon. Intimately linked to the traditions of painting and sculpture, he draws inspiration from the many layers of Art History, which he juxtaposes, creating a hybrid result. Using modern technology, Branco appropriates and displaces certain themes, creating models from which to draw. Through repetition and erosion, his drawing process involves multiple stages of deconstructing his reference image until the original source is unrecognisable. A main feature in Branco’s work is the animal, whose presence, detached from its natural habitat, is decontextualised as if a figure on a stage.
Despite the traditional style, in Branco’s interpretation the rules of subject matter and scale collapse into a sort of paradoxical irony. The lack of narrative or interaction between the figures and their environment evokes an atmosphere of uncertainty and strangeness. Below the surface, themes of humanity’s solitude, extinction, and the climate crisis reveal themselves. In Untitled, based on Flemish and Dutch paintings of the 16th Century – a period of expansion of the West, representations of wealth and abundance of Nature are viewed critically and turn obsolete.
Branco has exhibited in many notable exhibitions throughout Europe, including Naked Lunch, Galeria Pedro Cera, Lisbon (2019); Black Deer — Résonances, Enlèvements, Interférences, Musée de la Chasse et de la Nature, Paris (2016); Spectres — On Birds, Skulls and Drones, Galerie Jeanne Bucher Jaeger, Paris (2016); The Silence of Animals, Schloss Ambras, Innsbruck (2015); and Sala do Veado, Museu Nacional de História Natural e da Ciência, Lisbon (2015).
Nuno Sousa Vieira (n. 1971, Portugal) é doutorado em Pintura pela Universidade de Lisboa (2016). Desde 2004, é Professor no Instituto Politécnico de Tomar e Professor Convidado na Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa, onde ensina Instalação, desde 2010. Ao deslocar matérias-primas, tais como artigos de fábrica descartados ou mobiliário de escritório, Sousa Vieira evoca uma conversa entre o passado, o presente e o futuro. A sua obra está enraizada na exploração de opostos: utilidade versus obsolescência, o produzido em massa versus o artesanal. Apesar de outrora se terem tornado inúteis, a ressurreição de materiais descartados executada pelo artista reintroduz os mesmos numa plataforma de visibilidade, justapondo a sua ruína anterior.
Pintura Mole 4 faz parte de uma série de quatro obras sem forma. Para a sua matéria-prima, Sousa Vieira utilizou tela de algodão anteriormente utilizada como sinalética. No entanto, ao descontextualizar os sinais, o artista tornou a mensagem ilegível, mutilando assim o seu desígnio inicial. Esta essência de incompletude e imperfeição espelha a nossa própria estrutura social; incompletos, sozinhos, reunimo-nos para sobreviver. Neste estado de deficiência, Pintura Mole 4 realça uma sensação de alteridade, uma vez que, segundo o artista, na arte falta sempre espaço, tempo e espectador, pelo que está sempre incompleta.
Sousa Vieira expôs em toda a Europa, mais recentemente em Uma vida inteira, Banco das Artes, Leiria (2021); Oculto, Projecto Travessa da Ermida, Lisboa (2021); Não Me Lembro da Primeira Vez que Olhei o Céu, Galeria Vilaseco, Corunha (2021); Linha Funda, Fundação Carmona e Costa, Lisboa (2020); Galeria Me, my self and the others, 3+1, Lisboa (2019) e Galeria Double / Duble, SE8, Londres (2019).
Nuno Sousa Vieira (b. 1971, Portugal) holds a PhD in Painting from the University of Lisbon, Portugal (2016). Since 2004, he has been a Professor at the Polytechnic Institute of Tomar and an Invited Professor at the Faculdade de Belas Artes, University of Lisbon, where he teaches Installation Art, since 2010. By displacing raw materials, such as discarded factory items or office furniture, Sousa Vieira evokes a conversation between the past, present, and future. His practice is rooted in the exploration of opposites: usefulness versus obsolescence, the mass-produced versus the handmade. Despite once utilitarian materials being rendered useless, his resurrection of discarded materials reintroduces them on a platform of visibility, juxtaposing their previous ruin.
Pintura Mole #4 is part of a series of four formless works. For his raw material, Sousa Vieira used cotton canvas previously used as signage. However, by decontexualising the signs, the artist has rendered the message illegible, thereby mutilating its initial purpose. This essence of incompleteness and imperfection mirrors our own social structure; incomplete, alone, we come together to survive. In this state of deficiency, Pintura Mole #4 highlights a sense of otherness as, according to the artist, art is always lacking the addition of space, time, and spectator, therefore is always incomplete.
Sousa Vieira has exhibited throughout Europe, most recently in Uma vida inteira, Banco das Artes, Leiria (2021); Oculto, Projecto Travessa da Ermida, Lisbon (2021); Não Me Lembro da Primeira Vez que Olhei o Céu, Galeria Vilaseco, Coruña (2021); Linha Funda, Fundação Carmona e Costa, Lisbon (2020); Me, my self and the others, 3+1 Gallery, Lisbon (2019) and Double / Duble, SE8 Gallery, London (2019).
Pedro Batista (n. 1980, Portugal) é licenciado em Design de Comunicação pela Universidade Lusófona de Lisboa (2004). Observando as condições e limitações que a pintura como um meio de expressão tem no nosso mundo contemporâneo, Batista aborda a sua obra com um sentido próprio de vitalidade que está muito centrado na “imagem”. O artista tenta compreender a evolução da arte e o processo de dissolução das representações como consequência da circulação interminável das imagens. Enraizado neste entendimento, Batista desenvolveu o seu trabalho para abordar os muitos aspetos estruturais da pintura, nomeadamente cor, escala, superfície e a tradição que constitui a história desta arte.
Untitled (Sem título) faz parte de uma exposição maior intitulada “”Standstill””. As memórias e as suas imperfeições foram exploradas em obras anteriores do artista, enquanto esta série considera os surpreendentes encontros entre a memória e o tempo. Através da sua utilização ocasional de cores mais brilhantes e do uso de figuras estáticas, Batista espera comunicar a sua vontade de gravar memórias que surgiram num ano em que a humanidade foi desafiada no que toca às noções do tempo e do espaço.
Batista participou em residências artísticas em Villa Lena, Itália (2020); Campos de Guttierrez, Colômbia (2015); e School of Visual Arts, EUA (2009). Entre as suas exposições mais conhecidas, incluem-se: Fill in the Blanks, Fundação Portuguesa das Comunicações, Lisboa (2019); ¡Paisa!, Centro Cultural Cascais, Cascais (2016); e Chasing Clouds, Sala do Veado, Museu Nacional de História Natural e da Ciência, Lisboa (2015).
Pedro Batista (b. 1980, Portugal) holds a BA in Communication Design from Lusófona University of Lisbon, Portugal (2004). Noting the conditions and limitations that the medium of painting has in our contemporary world, Batista approaches his work with a distinct sense of vitality that is very much centred on the ‘image’. He endeavours to understand the evolution of art and the process of dissolving representations, as a consequence of the endless circulation of images. Rooted in this understanding, Batista has developed his work to address the many structural aspects of painting, namely colour, scale, surface, and the tradition that constitutes the history of the medium.
Untitled forms part of a larger exhibition entitled ‘Standstill’. Previous work of Batista’s has explored memories and their imperfections, while this series considers the surprising encounters between memory and time. Through his occasional deployment of brighter colours and the use of stationary figures, Batista hopes to communicate his willingness to record memories that arose in a year where humanity was challenged in its perception of time and space.
Batista has participated in artist residencies at Villa Lena, Italy (2020); Campos de Guttierrez, Colombia (2015); and School of Visual Arts, USA (2009). Notable exhibitions of his include Fill in the Blanks, The Portuguese Communications Foundation, Lisbon (2019); ¡Paisa!, Cascais Cultural Center, Cascais (2016); and Chasing Clouds, Sala do Veado, Museum of Natural History and Science, Lisbon (2015).
Pedro Vaz (n. 1977, Moçambique) é licenciado em Pintura pela Universidade de Lisboa (2006). Na sua prática artística multimédia, Vaz investiga paisagens: muitas vezes inspirando-se em passeios por ambientes naturais e não corrompidos. Através da sua obra, espera recolher e criar um banco de conhecimentos sobre a relação da humanidade com o ambiente natural. Como artista, sente que a sua voz serve para partilhar com a natureza.
Untitled (Sem título) é característica da obra de Vaz, na qual o artista começa por construir a sua cena com uma precisão fiel à da sua memória de experiências imersivas na natureza. De seguida, utiliza uma técnica pela qual os detalhes são removidos ou reduzidos durante o processo de secagem. Vaz vê isto como uma forma de a natureza dos materiais avançar e de uma nova pintura se manifestar não inteiramente sob o seu próprio controlo.
O trabalho de Vaz tem sido amplamente exposto, incluindo em exposições individuais como Num único acorde, CAB – Centro de Arte Caja de Burgos, Burgos (2021) e A vida sensível, Galeria 111, Lisboa (2021). As apresentações coletivas mais conhecidas incluem Depois do choque, os trópicos, Galeria Luísa Strina, São Paulo (2018) e Second Nature, MAAT – Museu de Arte, Arquitectura e Tecnologia, Lisboa (2016). Em 2016, participou num programa de residência artística no PIVÔ, São Paulo.
Pedro Vaz (b. 1977, Mozambique) holds a BFA in Painting from the University of Lisbon, Portugal (2006). In his multi-media artistic practice, Vaz researches landscapes: often taking inspiration from walks in uncorrupted, natural environments. Through his work, he hopes to collect and create a bank of knowledge regarding humankind’s relationship with the natural environment. He feels that, as an artist, his voice is at his disposal to share with nature.
Untitled is characteristic of Vaz’s work, in which he starts by constructing his scene with an accuracy true to that of his memory of immersive experiences in nature. Next, he uses a technique by which details are removed or reduced during the drying process. Vaz sees this as a way for the nature of the materials to move themselves forward, and for a new painting to be manifested not entirely in his own control.
Vaz’s work has been widely exhibited, including in solo shows Num único acorde, CAB – Centro de Arte Caja de Burgos, Burgos (2021) and A vida sensível, Galeria 111, Lisbon (2021). Notable group presentations include Depois do choque, os trópicos, Luísa Strina Gallery, São Paulo (2018) and Second Nature, MAAT – Museum of Art, Architecture and Technology, Lisbon (2016). In 2016, he participated in an artist residency programme at PIVÔ, São Paulo.
Rui Moreira (n. 1971, Portugal) é Mestre em Pintura e Desenho pelo Ar.Co, Portugal (2000) e bolseiro em Desenho pela School of the Art Institute of Chicago, EUA (2006). O artista considera a sua prática bastante física, muitas vezes obrigando os limites do seu corpo, espírito e mente a abrir novos territórios no domínio do desenho. Referindo-se frequentemente ao cinema, poesia, música e viagens pessoais a lugares como o Deserto do Saara, Trás-os-Montes e Índia, as suas paisagens nascem de experiências onde o seu corpo é exposto a luz extrema, calor, solidão e concentração. A obra de Moreira compreende diversos níveis de significado: simultaneamente geométrico e orgânico, assimétrico e impuro.
Em Roda-Viva I, Moreira encapsula as forças da vida e da morte, o movimento e a quietude, a ordem e o caos e a imponente força da própria natureza. Referindo tanto a dor como a cura da pandemia, o artista sentiu-se incapaz de compreender a omnipotência da mesma. A resposta de Moreira a este sentimento foi Roda-Viva I, inspirada pela canção epónima de Chico Buarque. Para o artista, a Roda-Vida é uma obra superior e capaz de tirar o fôlego, virando-se lentamente para o seu lado, escurecendo até se tornar noite infinita, reaparecendo depois abruptamente e dividindo-se.
As exposições mais conhecidas de Moreira incluem Étoiles du Sud: une exploration de la Péninsule Ibérique, Feira de Arte de Paris, Grand Palais, Paris (2020); Draw Art Fair London, Galeria Saatchi, Londres (2019); Saudade – Unmemorable Place in time, Fundação Fosun, Shanghai e Lisboa (2018-2019); The Pyromaniacs, Pavilhão Branco – City Museum, Lisboa (2016); e I Am A Lost Giant In A Burned Forest, Mudam – Museu de Arte Moderna do Luxemburgo, Luxemburgo (2014). Rui Moreira é representado pela Galeria Jeanne Bucher Jaeger, Paris.
Rui Moreira (b. 1971, Portugal) holds an MA in Painting and Drawing from Ar.Co, Portugal (2000) and a Scholarship in Drawing from School of the Art Institute of Chicago, USA (2006). He regards his practice as very physical, often pushing the limits of his body, spirit, and mind to open new territories in the realm of drawing. Often referencing cinema, poetry, music, and personal travels to places such as the Sahara Desert, Trás-os-Montes, and India, his landscapes are born from experiences where he exposes his body to extreme light, heat, solitude, and concentration. Moreira’s work comprises multiple layers of meaning: at once geometric and organic, asymmetrical and impure.
In Roda-Viva I, Moreira encapsulates the forces of life and death, movement and stillness, order and chaos, and the monumental force of nature itself. Referencing both the pain and the healing of the pandemic, he felt unable to grasp its omnipotent power. Moreira’s response to this feeling was Roda-Viva I, or ‘the living wheel’, inspired by the eponymous song of Chico Buarque. For the artist, the Roda-Vida is high and breath-taking. It turns itself slowly on its side, fading into obscurity and infinite night, then abruptly reappearing and dividing.
Moreira’s notable exhibitions include Étoiles du Sud: une exploration de la Péninsule Ibérique, Art Paris Art Fair, Grand Palais, Paris (2020); Draw Art Fair London, Saatchi Gallery, London (2019); Saudade – Unmemorable Place in time, Fosun Foundation, Shanghai and Lisbon (2018-2019); The Pyromaniacs, Pavilhão Branco – City Museum, Lisbon (2016); and I Am A Lost Giant In A Burned Forest, Mudam – Luxembourg Museum Of Modern Art, Luxembourg (2014). Rui Moreira is represented by Gallery Jeanne Bucher Jaeger, Paris
Saskia Moro (n. 1967, Reino Unido) é licenciada em Belas-Artes pela Universidad Complutense de Madrid, Espanha (1993) e recebeu duas bolsas da Fundació Miró, Espanha (1995, 1996). A inspiração de Moro advém da literatura, da música e do grafismo. Usando estas partes integrantes das nossas vidas, Moro cria, através da repetição de técnicas gráficas, para refletir ondas de ritmo, um coração a bater, uma oração, ou mesmo um mantra. Os seus interesses temáticos residem no espaço e no tempo, bem como nas justaposições entre opostos: cheio e vazio, barulho e silêncio, alegria e tristeza. No trabalho de Moro, a água é um material flexível e abrangente que atravessa tudo, tal como as nossas palavras.
THE BOOK 4, inspirado no livro da escritora brasileira Clarice Lispector Água Viva, utiliza a água tanto no tema como na técnica. Para criar a obra, Moro pediu emprestadas palavras de Água Viva sobre a luta da autora com a criatividade. A vibrante escrita de Lispector é transformada pela artista. Entrelaçando as frases, as palavras transformam-se em borrões: desfocagem, rutura e transmutação, tudo em simultâneo. No entanto, a sua essência prevalece, orientando o público para conceitos que são centrais para a artista e para Lispector. Moro utilizou um espelho porque este símbolo figura significativamente no livro, que é interpretado como um objeto que pode refletir a sua personalidade mais íntima e impede o refúgio na introspeção.
Moro participou em várias exposições coletivas e individuais como Água Viva, Galeria Valbom, Lisboa (2021); Ausência, Galeria Valbom, Lisboa (2016); Landschappen van water en olijfolie, Clement, Amesterdão (2008); e Mareas, Galería Estiarte, Madrid (2001).
Saskia Moro (b. 1967, United Kingdom) holds a BA in Fine Arts from Universidad Complutense of Madrid, Spain (1993) and received two grants from the Fundació Miró, Spain (1995, 1996). Literature, music, and graphics serve as inspirations to Moro. Using these integral parts of our lives, Moro creates by repeating graphic techniques to reflect waves of rhythm, a beating heart, a prayer, or even a mantra. Her thematic interests lie in space and time, as well as in the juxtapositions between opposites: full and empty, noise and silence, joy and sadness. In Moro’s work, water is a flexible, all-embracing material that permeates everything, just as our words do.
THE BOOK 4, inspired by Brazilian writer Clarice Lispector’s book ‘Água Viva’ (‘Stream of Water’), uses water in both theme and technique. To create the work, Moro borrowed words from ‘Água Viva’ concerning the author’s struggle with creativity. Lispector’s vibrant writing is transformed by the artist. Interweaving the phrases, the words become blots: blurring, breaking, and transmuting all at once. However, their essence prevails, guiding audiences towards concepts that are central to the artist and to Lispector. Moro has used a mirror because this symbol features significantly in the book, which is interpreted as an object that can reflect one’s innermost personality and inhibits refuge in introspection.
Moro has participated in numerous group and solo exhibitions as Água Viva, Galeria Valbom, Lisbon (2021); Ausência, Galeria Valbom, Lisbon (2016); Landschappen van water en olijfolie, Clement, Amsterdam (2008); and Mareas, Galería Estiarte, Madrid (2001).
Vasco Araújo (n. 1975, Portugal) utiliza uma série de diferentes meios para criar uma linguagem artística única. Através da desconstrução e reconstrução de códigos comportamentais, Araújo reflete sobre a relação entre o sujeito e o mundo. Araújo utiliza todas as formas de arte à sua disposição para redefinir normas sociais: a atuação do corpo, a própria voz dos artistas (praticou canto lírico), os gestos e a linguagem. Associados ao seu trabalho estão dispositivos formais como a ópera, o barroco, a etiqueta palaciana, a dança, o modernismo, a mitologia e a definição do espaço: tanto estética como discursivamente.
Com uma base sólida em Literatura e Filosofia, Araújo expõe criticamente o olhar do público, pretendendo revelar a ambiguidade das relações, a fragilidade dos sistemas, a construção da realidade, as noções de identidade e sexualidade, virtude e moralidade do dever, a geografia da afetividade e os instintos de desejo e paixão. Em Repeat after me: Free your mind, Araújo faz uso de uma ação repetida dentro de um cinema antigo: criando um momento de interação com o público que é simultaneamente chamado a ler e a ouvir, depois incentivado a responder, num jogo que desperta a autorreflexão e a do outro.
O trabalho de Araújo tem sido amplamente exibido, incluindo em Under the Influence of Psyche, The Power Plant, Toronto (2014); Debret, Pinacoteca do Estado de S. Paulo, São Paulo (2013); Em Vivo Contacto, 28º Bienal de S. Paulo, São Paulo (2008); Experience of Art, La Biennale di Venezia, 51ª Exposição Internacional de Arte, Veneza (2005); e Dialectics of Hope, 1ª Bienal de Arte Contemporânea de Moscovo, Moscovo (2005).
Vasco Araújo (b. 1975, Portugal) uses a diverse range of media to create a unique artistic language. Through deconstruction and reconstruction of behavioural codes, Araújo reflects on the relationship between the subject and the world. Araújo uses all the art forms at his disposal to reconsider social norms: performance of the body, the artists’ own voice (having practiced lyrical chant), gestures, and language. Associated with his work are formal devices such as opera, the Baroque, palatial etiquette, dance, Modernism, mythology, and definition of space: both in an aesthetic and discursive manner.
Thoroughly grounded in Literature and Philosophy, Araújo critically exposes the audience’s gaze and aims to reveal the ambiguity of relations, the fragility of systems, the construction of reality, notions of identity and sexuality, virtue and morality of duty, the geography of affections, and the instincts of desire and passion. In Repeat after me: Free your mind, Araújo uses a repeated action inside an old cinema: creating a moment of interaction with the public who are simultaneously called upon to read and listen, then instigated to respond, in a game that awakens self-questioning and from the other.
Araújo’s work has been widely exhibited, including in Under the Influence of Psyche, The Power Plant, Toronto (2014); Debret, Pinacoteca do Estado de S. Paulo, São Paulo (2013); Em Vivo Contacto, 28º Bienal de S. Paulo, São Paulo (2008); Experience of Art, La Biennale di Venezia, 51st International Exhibition of Art, Venice (2005); and Dialectics of Hope, 1st Moscow Biennial of Contemporary Art, Moscow (2005).